Saturday, April 23, 2005

eYES wIDE sHUT e a imaginação

Dentre os meus backups de 98 encontrei um texto de cerca de 100 páginas, de um antigo e extinto site de insiders de Hollywood. E que desde sempre o site investigava qual seria a próxima manobra de Kubrick, que seria quatro anos depois Eyes Wide Shut. O bizarro é que a imaginação deles se aproximava muito mais de Kubrick do que o filme em si.

Durante a produção de Eyes Wide Shut, Kubrick exigiu um perímetro de segurança de duas milhas dos sets, do pouco que se via dos sets, a imaginação rolava mais alto do que as intenções (talvez?) de Kubrick. Eis então a especulação que se fazia desde 96, quatro anos antes da estréia:

- Eyes Wide Shut seria uma comédia negra;
- Nicole e Cruise seriam dois psicólogos que tem casos com seus clientes;
- O personagem de Nicole teria uma segunda identidade;
- O filme se passaria na década de 30;
- O filme seria em preto e branco no mundo real e colorido nas viagens de morfina;
- O filme se passaria em Londres;
- John Malkovich estaria no filme;
- Tom Cruise faria um personagem gay que não se aceitava gay (que inclusive se vestiria de mulher na orgia, e ainda por cima, cantaria);
- Ridley Scott seria o produtor executivo;
- O personagem de Nicole Kidman seria altamente dependente de morfina;
- Harvey Keitel seria o magnata (feito porcamente pelo Sydney Pollack);
- Jennifer Jason Leigh seria obcecada pelo personagem de Cruise.;
- Na cena da orgia vários homens nús retiravam as túnicas das mulheres nuas e as mordiam o pescoço como se fossem vampiros;
- O personagem de Cruise seria obsessivo por uma mulher morta (que faria ainda uma necrofilia nela)

Eu lembro de um site na época que organizava artes de kubricknianos para posters de Eyes Wide Shut, e a maioria sempre era uma estilização (tipo Laranja Mecânica) de uma mulher com um olho entre as pernas. E o pior é que eu acho isso melhor do que poster que Kubrick acabou fazendo, aquele do espelho rococó.

A Primeira Linha do Roteiro do NP

BLACK

Lettering:
SÁBADO, 11 Horas da Manhã.

Ouve-se a campainha do telefone.

TELEFONE (OFF)
Alô? É do Notícias Populares? Quero falar com a reportagem policial.

REPÓRTER (OFF)
Pois não. Pode falar.

TELEFONE (OFF)
Tem um morto na Av. José Galante, 737, no Morumbi. O apartamento é o 103.

REPÓRTER (OFF)
Quem é você? Como sabe do crime?

TELEFONE (OFF - Nervoso)
Eu sou o assassino.

CORTE PARA:

Primeira Página do Notícias Populares (dia 29 de Abril de 1991):
"MATOU SÓ PRA VIRAR MANCHETE"

Renomeando 12 mil arquivos

Só uma coisa me ocorre ao ter que renomear doze mil primeiras páginas do Notícias Populares:


ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL BOY.
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL BOY
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL BO
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL B
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DULL
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DUL
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A DU
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A D
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK A
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JACK
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JAC
ALL WORK AND NO PLAY MAKES JA
ALL WORK AND NO PLAY MAKES J
ALL WORK AND NO PLAY MAKES
ALL WORK AND NO PLAY MAKES
ALL WORK AND NO PLAY MAKE
ALL WORK AND NO PLAY MAK
ALL WORK AND NO PLAY MA
ALL WORK AND NO PLAY M
ALL WORK AND NO PLAY
ALL WORK AND NO PLAY
ALL WORK AND NO PLA
ALL WORK AND NO PL
ALL WORK AND NO P
ALL WORK AND NO
ALL WORK AND NO
ALL WORK AND N
ALL WORK AND
ALL WORK AND
ALL WORK AN
ALL WORK A
ALL WORK
ALL WORK
ALL WOR
ALL WO
ALL W
ALL
ALL
AL
A

Monday, April 18, 2005

Crash & Burn or Crash & Restart?

Como falar do amor sem falar da dor? O amor corre em direção oposta à natureza, em que você colhe aquilo que planta. No amor você viu o que plantou depois de ter colhido, e é disto que as pessoas tem medo, pois num plano tudo se prevê, no do amor, você só entende que semente era quando está morrendo.

Você sabe que o amor está morrendo quando as certezas parecem cada vez mais incertas, que aquilo que parece certo tem fundamento mas não parece ter substância. Quando vemos o simples parecer complexo, e o complexo virar algo simples. Mas você sabe ver quando ele nasce?

Nos filmes românticos é sempre a mesma história: o jovem que mantém a sua vida em equilibrio, como numa corda bamba, e então que chega alguém de fora, com medo ele dá um passo para trás e se desequilibra, quase caindo a pessoa de fora lhe estende a mão e o salva, e então juntos vivem felizes para sempre.

Na vida real as pessoas simplesmente caem na rede, nenhum mal real aconteceu, o contato com a pessoa de fora ficou distante. O único trabalho será subir a escada para voltar ao lugar de onde caiu. É dessa atitude que nasce essa perpectiva descartável do amor, e se ele é descartável, então qual seu valor? No último filme quase descente de Woody Allen (Everyone Says I Love You), difere muito de Annie Hall, seu melhor filme, sendo que no primeiro ele mostra que o amor e a dor tem um peso muito menor do que parece, enquanto em que Annie, o amor e a dor definem as duas vidas.

Eu lembro de uma história real em que o rapaz ingênuo tatua o nome de seu primeiro amor nas costas, seguindo a espinha, ela ao ver se assusta e foge. Para todos que conto esta história, riem.

Vivemos em um período em que a dor se tornou em algo muito temido, quem sente dor é visto como fraco, um fardo, precisa de um extreme makeover, precisa ser posto um local distante e fechado para não contaminar a felicidade que os outros mostram ter. A dor se tornou em um monopólio dos adolescentes. Pelo menos é o que parece, pois não é. A dor, hoje, é algo solitário, você precisa se apoiar em seus amigos, mas se consegue, você tem sorte, pois a alta manutenção da amizade é algo que ninguém procura mais.

A dor solitária é algo que quase nenhum cineasta se propõe a materializar na tela (com exceção de Sideways), e é desta dor que a maioria sofre e foge. Mas o único modo de fugir é não procurar o amor. É não colocar os dois pés, pois quando nos desligamos de algo temos medo de nos alienar, quando nos apegamos a algo temos medo de virar prisioneiros. É isso que sobra quando não temos nem o amor e nem a dor, o medo. Pois ele só existe quando não se toma atitude nenhuma.

Saturday, April 16, 2005

Um Aluno Trancado na ESPM

09/06/98


Um Aluno Trancado na ESPM

Ok, você passou na ESPM, não era exatamente aquilo que você queria, a USP. Afinal você se esforçou, mas na FUVEST a sorte é que define quem fica na lista de espera e quem entra. E você quase entrou.

Depois da lista você tenta manter as esperanças de que duzentos alunos desistam da ECA, ou que um avião caia na fila da matrícula, e quem sabe, já acabe com alguns veteranos chatos que não acharam ocupações mais interessantes. Mas no meio deste capítulo absurdo da sua vida sai a lista dos aprovados da ESPM, e pior, você encontra o seu nome lá, você fica feliz por achar que Deus te deu uma segunda chance pra mostrar pros seus pais que você não é o vagabundo que sua tia espalha por aí.

Seus pais te dão (mais pelo alívio do ‘meu filho não é um retardado’) os parabéns, só bem depois que eles vão te cobrar por não ter entrado numa faculdade não paga, e então que eles começam a pregar aos vizinhos, aos amigos de trabalho e, sempre, aos parentes que a ESPM é, sem dúvida, a melhor escola de propaganda do hemisfério sul e meu filho, que entrou lá, terá um futuro no rico meio publicitário.

Bem, já que duzentos novos alunos da ECA não cairão num poço sem fundo a tempo, você começa a vasculhar a casa em busca do certificado militar e outras coisas do gênero; com guia de ruas pra não se perder, você vai aflito achando que os veteranos loucos irão tirar sua cueca (ou calcinha) pela cabeça e fazer você engolir merda da privada, e no fim você só encontra uns mongos alegres com problemas existenciais.

Vendo tanta ostentação que a nossa escola exibe você acha até que ela é bem séria, começa a suspeitar que a Playboy sabe avaliar faculdades. Subitamente você tem a impressão de que este é um primeiro passo para uma vida nova, de uma mudança de todos os paradigmas seus, numa quebra, na ruptura total, caústica e arrebatadora… bem não interessa ir muito adiante com isso porque a decepção é logo ali no oitavo parágrafo.

Primeiro dia de aula. Você procura um lugar meio que estratégico para sentar, num local onde você possa ver todos, onde possa analizar a personalidade de cada elemento da classe e através do comportamento deles, você define o seu; brilhantemente você senta no fundo, assim como todo o resto da sala. Você repara que estão todos fazendo a mesma coisa que você: o reconhecimento, guardar rostos, nomes, lugares onde cada um senta, a pergunta que cada um faz ou deixa de fazer, e, acima de tudo, observar a empatia dos membros do sexo oposto, nisso vem uma refrescante sensação de que estamos todos num mesmo barco, e que se ele afundar você não se afoga sozinho.

O professor fala de historinhas legais e não de equações, problemas geográficos, fatos históricos e coisas importantes. Você descobre como a TAM é genial e etc. Talvez só do fato de você não precisar fazer uma análise sintática e, sim, fazer um slogan para camisinhas já te dá uma anestesiada. Até aí a gente imagina que está no básico da matéria, que os professores estão apenas taxiando antes de decolar, nos preparando para termos a carga mental, espiritual, empírica e moral que tem os profissionais de comunicação a que nos candidatamos, damos um ok e fazemos tudo que eles pedem.

Depois de um ano você já começa a ficar de saco cheio da TAM e de qualquer jargão cafona da propaganda, o curso não decola, ao invés de estudarmos a psicologia do consumidor, comportamento de massa, dissecações de signos, observação dos traumas contemporaneos, desenvolvimento da linguagem, estudo de obras artísticas,

você começa a ficar mais introspectivo, crítico e mais cínico em relação à superficialidade do currículo da escola. Você tenta se encaixar em algum lugar nessa sopa de matérias rala, fica imaginando como seria um publicitário usando as regrinhas dos professores em um mundo real. Então você começa a suspeitar da avaliação da Playboy.

Depois deste (curto) período de reflexão você diz: Foda-se. Vira conivente, e até dá graças a Deus pelos professores não serem lá muito exigentes, é o que os especialista chamam de desencanação.

O resto é apenas um percurso de trabalhinhos relax e outros muito chatos. Ninguém realmente se desespera com o curso, porque ele vai para segundo plano desde que o aluno entra na escola; a única e verdadeira constante aqui é o social, é algumas festas, é algumas cervejadas, é cada um manter o seu visual ‘desencanado-cool’ na cantina do seu João, e isto, meu amigo, é o que mantém o pouco charme dessa escola.

Friday, April 15, 2005

Projeto Sem Comentários de Integração

Outro texto de 98, dos Sem Comentários, nunca publicado, nem eu lembrava que existia. Se trata de uma inovadora proposta da nossa chapa para integrar o Centro Acadêmico, com a Atlética, os alunos, professores e a secretaria:



Sem Comentários

Projeto de
INTEGRAÇÃO
C.A. – Secretaria – Atlética – Corpo Doscente - Corpo Discente


Os alunos da ESPM têm sentido uma falta de comunicação entre os alunos, seus representantes (CA & Atlética) e professores.


Projeto de integração entre alunos:

Implantar um chip microprocessado entre o cortex cerebral e o corpo caloso de cada aluno da ESPM. Este chip por sua vez irá transmitir por microondas preemptivas a um MAINFRAME que será instalado no C.A. O chip captará as sinapses nervosas e as transformará em algoritimicos que o MAINFRAME possa processar.

Uma vez processado o sinal, o MAINFRAME o retransmitirá para todos os outros alunos da ESPM que já tenham o chip implantado em seus cérebros. Com isso o pensamento de um será o pensamento de todos e o pensamento de todos será o pensamento de um.


Projeto de Integração para Professores:

Será feito para os professores o mesmo processo de implante de chip feito aos alunos. Só que estes serão conectados ao TIA.

Adendo
O MAINFRAME terá sua manutenção e controle feito pelos integrantes do Centro Acadêmico, onde poderemos monitorar e sugestionar as vontades, desejos e taras de cada aluno da ESPM (risadas malignas: hahahá, hehehé e outros)


Vantagens:
- Os nerds porderão jogar Doom em rede só estando um ao lado do outro.
- Apenas com um maconheiro todos ficarão pirados.


Desvantagens:
- O aluno ao pensar em uma revisão de notas ou faltas, a secretaria já estará cobrando automaticamente o protocolo e o carimba de “deferido”.


Projeto do MAINFRAME:

Processador: 80386DX2 40 mhz
Coprocessador Matemático: 80387MX
Memória: 2 mb
Placa de Vídeo: Trident VGA 256 cores 500k
HD: 40 mb IDE
Drive: 5 ¼ DD
Modem: Zoltrix 2400 bps
Placa de som: SoundBlaster Pro 8 bits
Sistema Operacional: DOS 4.2
Interface Gráfica: Windows 3.0

Como Trabalhar no Cinema Parte IV

Agora que estamos dando ignição no nosso primeiro roteiro de longa, o NP, reencontrei, sem querer, alguns textos no meus backups, todos de 98. Eu era muito mais revoltado (e divertido) naquela época.



Como trabalhar no cinema – Parte IV

Aqueles que preferem ganhar dinheiro, podem pular isso.


Bem se continuou e porque você é: ou corajoso, ou sem noção ou não liga para avisos cretinos. Em todo o caso está perdendo seu tempo.

Existem pessoas que acreditam que podem perder seis quilos com Seven Day Diet, como existem aqueles que acham que as facas Guinsu cortavam trilho de trem e que as meias Vivarina podiam passar por um trator de arado sem desfiar. Em todo o caso estes que acreditam nestes milagres da tecnologia moderna, não se diferem muito de nós, aspirantes a artistas. A vantagem deles, desses consumidores, é que só perderão algumas horas de suas vidas, enquanto que nós anos.

A outra vantagem deles é que apenas dando o número do cartão já entram no maravilhoso mundo dos trouxas e otários a um preço quase de graça, já nós, futuros artistas, temos um leque de opções bem variado…!@$@#!$

Se você for rico, você já tem por onde começar, se você é muito rico, já tem uma carreira. Com algumas centenas de milhares de dólares, você compra um bom diretor de fotografia, um ótimo editor e, quem sabe, um produtor razoável. E na compra destes três indivíduos, você leva de graça um prêmio de algum festival sem importância. E poderá concorrer a concorrer no Sundance e, quem sabe, ter uma estatueta do Redford pra colocar onde você quiser.

Talvez você tenha algo que alguns teorizaram como pistolão, um termo extremamente desconhecido para nós, ingênuos, tentarei explicá-lo, sua mãe é dona da CasaBlanca, por exemplo, e você já está um pouco crescidinho pra pedir dinheiro pro motel, algumas ligações de mamãe e pronto! Você é o novo diretor das propagandas de Colgate. Calma, não se assuste, isso é só teoria, afinal se algo como isso acontecesse, você saberia, vivemos num pais justo, isso não acontece. Juro.

Você deve ser da ala dos esperançosos, que acreditam num caminho pelo menos desinteressante, o Karate Kid Way, que é lustrar, encerar e pintar o set. Vá em frente, porque o trabalho duro desenvolve o caráter e molda a alma.

Óbvio que não esqueci de você, garota, você tem outros artifícios que nós —49,3% do planeta— não temos, uma bela bunda e seios desafiadores; isto minha indignada não é machismo e sim uma constatação de que nós homens vivemos sob um cio de 365 dias —veja o seu gatinho ou seu cachorro, por exemplo, são insuportavelmente psicóticos quando no cio, e a maioria dos mamíferos tem dois ou três cios por ano que duram cerca de duas semanas, já os homens entram no estado estúpido do cio aos doze ou treze anos de idade e só saem, digamos, bem… talvez isto explique muitas coisas de nossa civilização— o homem viril ao ver uma jovem donzela frágil e disponível, faz qualquer bos…, digo, coisa. E no cinema qualquer coi… digo, bosta é …………… (complete você mesma esta fase).

É claro, caro inescrupuloso, você também é gente e tem os seus direitos de ser humano (mesmo que não queira sê-lo), um deles é o de ser lembrado por mais imbecil que você seja, e lembrei de você. O cinema é uma arena tão absurda que carrapatos como você se dão (muito) bem. Mentir, sabotar e encher o saco dos outros são seus trunfos. Pois no cinema existe o medo supremo, aquele de levar um tiro do cliente porque o rótulo do leite condensado estava torto, qualquer certeza de acerto é quase erro, nada é 100%, —a única certeza é o cartão cinza 18% que custou 80 dólares do fotógrafo. Se existir alguma dúvida sobre a competência de seu concorrente, use o seu talento.

Bem, aqueles que tem uma sexualidade, digamos, não normal, acho que podem se dar bem. Tem bastante deles? Sim, sim, e parece que eles gostam de trabalhar juntos, bem unidos. Gay que é gay protege o amigo gay.

NYU ou UCLA? Quem sabe você faz parte daquela casta de indivíduos que conhece alguém do alto clero do Mistério da Educação e do Desporto, e, claro, uma bolsa a mais ou a menos, no Brasil, não vai fazer muita diferença, vá de consciência tranqüila pois você é, com certeza, a pessoa mais capacitada, habilidosa e inteligente dentre milhares de Joãos (Joões?) Ninguéns que acham que tem o mesmo direito que você, afinal apenas você tem o dom divino de ser o predestinado cineasta que irá recriar a linguagem do cinema. Ou não?

Se você se encaixou em algum dos caminhos acima, o resto é empírico, você aprenderá com o tempo e terá amigos. Com eles e a sua experiência (e experiências) surgirão trabalhos. Se você tiver talento, estará engatilhado para chegar a ser alguém no meio cinematográfico.

Ei, quase esqueci de você, que não achou o seu caminho aqui, fodido estarás tú, vaste trabalhar de tele-marketing e não morrereis de fome.

Colegas de primeiro e segundo ano, caso consternai-vos com minhas palavras, não precipitai, não joguais este amontoado confuso de coisas sem nexo ao destino de reciclagem de papel. Guardai, pois um dia vós entenderais tais escrituras.

- Foste tarde que tú trancaste matrícula. Fora o que meu amigo, com razão, havia dito.
- Não imaginais o quão tormentada era esta infeliz resolução. Respondeu eu.
- Chegaste ao menos a uma resolução. Disse enfadonhamente ele.
- Não, oh, caro amigo, não fora uma, mas inumerais resoluções. Disse enfadonhamente eu.
- Inumerais! Pois vossa mercê fez saber-me que tú poucais entendais o português. Atrevidamente respondeu ele.
- Tomares em vosso cú, oh, filho de uma meretriz! Ousadamente exclamou eu.

Com poucos dentes em minha boca me coloquei a escrever.

Incompreendido eu, convivo com a consternação de outros.