Tuesday, July 31, 2007

David Brent vs Michael Scott

by the way, she said ‘no’

Essa é a última frase de Tim, no The Office original, que poderia ser chamado também de Os Últimos Dias de David Brent (o boss da versão original).

A grande diferença entre o americano e o inglês é que ao longo das temporadas, o americano é minimamente uplifting. No americano existe uma redenção para o boss, que devo dizer, é genial --é o episódio Business School, o heartbreaking ápice das primeiras três temporadas, perfeito no tom, no material, no humor, no diálogo, na filmagem, no contexto, no subtexto, na atuação, na direção, na execução.

Depois dos seis primeiros episódios da versão americana (primeira temporada) eles alçaram vôo solo. Seus personagens que são espelhos da versão original começaram a tomar vida própria. Cada ator dá seu próprio spin ao personagem.

Na versão da BBC que teve apenas 12 episódios, sendo que o americano teve 50 até agora, muita coisa teve que ser apenas insinuada, enquanto que o americano é na lata. Por exemplo, o romance entre a recepcionista e o vendedor, eles só se tocam quatro vezes em todos os doze episódios (incluindo os dois tapinhas no ombro dele). Enquanto que o americano o flerte entre os dois é constante (na versão francesa eles chegam a se amassar embaixo da mesa da recepção).

Deixa eu abrir um parênteses aqui, a versão inglesa é muito menos próxima de uma novela como é a americana. No da BBC só há dois arcos de história: a demissão de David Brent e o relacionamento invisível dos dois funcionários. O americano vai abrindo arcos novos de relacionamentos e conflitos que provavelmente não terão o desfecho cruel que o original provocou.

A versão da BBC é quase que a desconstrução de dois personagens, um medíocre posto na posição de superior, e a de um cara de talento preso pela própria vida. Os 12 episódios são duas temporadas, e há um toque genial no finale da primeira: o cara de talento que queria sair daquela vida aceita seu destino de funcionário e começa a falar como o medíocre na posição de superior.

As diferenças entre Tim e Jim (BBC e NBC), assustam quando você ressalta os contrastes. Tim é tão inteligente quanto Jim, os dois tem o mesmo humor, o mesmo appeal, mas destinos opostos. É difícil dizer qual dos dois representa melhor a vida real. Provavelmente o da BBC. Tim é um pobre diabo, não é respeitado, não tem futuro, e é perdido no que quer, e que quando tenta corrigir o próprio destino, quebra a cara. A frase lá em cima, ‘by the way, she said no’, é exatamente isso, ele presta seu último depoimento para a câmera dizendo que ‘precisa-se aceitar certos fatos da vida’, nessa frase ele arranca o microfone fora da lapela e vai em direção da recepcionista que vai se mudar para os States com o noivo. É lacrimejante, e é uma cena só com o silêncio e um beijo que não acontece.

É amargo e é real. O americano é amargo, mas deixa um gosto doce na garganta.

E eu diria que essa diferença não é ideológica, é meio que prática. Porque de um lado temos uma emissora pública cuja preocupação é o conteúdo e a coerência. Do outro uma rede de TV americana que não quer que seus espectadores cortem os pulsos no intervalo comercial.

Um dos feitos de Rick Gervais (que interpreta o boss) & Stephen Merchant é trazer à tona a idéia do ‘patético’, no sentido shakespeariano da palavra, no sentido trágico da palavra:

Segundo Merriam-Webster (os dicionários locais online são uma bosta), Patético:

1: Capacidade de gerar compaixão e pena
2: Marcado pela mágoa e melancolia: tristeza
3: Inferior, inadequado

São exatamente os três sentimentos que David Brent e Michael Scott geram. A grande pergunta que o Personagem Patético levanta é ‘ele vai entender um dia que ele é patético?’ Podemos dizer que Dom Quixote é patético, visto de fora, porque por dentro ele é um nobre cavalheiro que se sacrifica pelos seus valores, e que são bons valores.

O boss do The Office é um Dom Quixote que teve seus valores construídos por seriados da década de 80 e filmes questionáveis. Ele é patético por dentro e por fora, e acredita piamente estar fazendo sempre fazendo o certo, pregando sua justiça pelo mundo; e por fim, não entendendo porque nunca é recompensado pelos seus sacrifícios, o tornando numa pessoa insuportavelmente carente de atenção e reconhecimento.

Além de patético, o boss é incompetente. Não é capaz de executar uma tarefa com qualquer seriedade. Além de patético e incompetente, ele é covarde. Porque foge das situações que cria, mentindo o tempo inteiro. Somando, ele é patético, incompetente, covarde e mentiroso.

A tangente que separa David Brent e Michael Scott é que até o caráter de David Brent é questionável. Ele não é apenas um Dom Quixote ao quadrado, ele nem mesmo consegue ser coerente com os próprios valores. O que o torna ainda por cima em um hipócrita.

Patético, incompetente, covarde, mentiroso, hipócrita, para não dizer ainda, o pior de todos os adjetivos: David Brent é insensível. Michael Scott é quase. Metade daqueles momentos constrangedores do The Office vêm da insensibilidade do boss. Lembra da cena da demissão ‘de brincadeira’? Aquilo é emblemático, uma cena presente em todas as encarnações do The Office.

E apesar de tantos adjetivos ruins, essa figura é familiar. Alguém conhece alguém que é patético, incompetente, mentiroso, covarde, hipócrita, insensível? Esse que é o pior, sim. Todos nós já tivemos nossos ‘chefes’. Cruzamos com michael scotts e david brents o tempo inteiro. Temos até um pouco deles em nós mesmos.

The Office é uma ode ao patético. Uma carreira na indústria de papel no século digital é no mínimo irônico, e é nesse barco que eles estão todos juntos. O original nem chega a tocar nesse assunto, apesar de ter tido a idéia. Existe uma sensação refrescante em estar com várias pessoas no mesmo barco, e de repente o barco passa a ter significado. As paredes do escritório passam a ter uma vida, as estruturas, as mesas, as tranqueiras têm uma ligação emocional, geram uma identidade, mesmo que cinza. A versão da BBC não chegou a ter isso.

Os americanos usam muito o termo ‘família disfuncional’, eu queria saber que família no mundo é ‘funcional’. Em todo o caso, as relações de um ambiente de trabalho que duram anos, décadas é de uma família disfuncional. Daquelas famílias que adolescentes vivem trancados no quarto, os pais fora de casa em camas separadas. Ninguém se fala, se fala, são palavras vazias, amenidades. Ninguém quer saber da vida do outro. No entanto, depois de tanto convívio forçado acaba-se se sabendo tudo. E querendo ou não, cada um passa a se importar com o outro. O da BBC também não chegou a ter isso.

E temos cobrindo tudo isso uma câmera-personagem. As pessoas fazem qualquer coisa na frente de uma lente. É difícil dizer se David Brent teria sido demitido se não houvesse uma equipe de filmagem lá. A câmera do The Office é um personagem, e que vou te dizer, de uma sensibilidade impressionante; a câmera é o único personagem que compreende a dor ou a felicidade de cada um. Lembre-se que em The Office os atores interagem com a câmera e ela responde a sua maneira.

Resumindo, The Office é um The Osbournes com vidas ordinárias, desconhecidas, num trabalho tedioso, redundante, monótono e no entanto vidas tão interessantes quanto a de Ozzy. E isso faz as pessoas se sentirem bem; dizem que The Office é existencial, não sei o que querem dizer com isso.

Alguém reparou?

Que Chavez é chauvinista?

chauvinismo
chau.vi.nis.mo
(xô) sm (Chauvin, np+ismo) 1 Patriotismo exagerado, quase desprezo aos estrangeiros. 2 Procedimento de chauvinista.

chauvinista
chau.vi.nis.ta
(xô) adj m+f (Chauvin, np+ista) Relativo ao chauvinismo. s m+f 1 Patriota exaltado. 2 Pessoa que assume posição radical.

Saturday, July 28, 2007

WHEN WORDS COLLIDE 1

É simples, siga assim:

dentro : fora = buraco
ou
pombo : estátua = merda



singularidade : nada = tempo

cosmos : caos = energia

sinergia : entropia = vida

essência : aparência = identidade

intrínseco : extrínseco = ego

eterno : efêmero = orgasmo

corpo : liberdade = inércia

...

Thursday, July 26, 2007

faces of death

Wednesday, July 25, 2007

+1 sinal de enlouquecimento do mundo

Em Israel, depois do colegial todos são obrigados a servir o exército, inclusive as garotas. Sendo um soldado lá, você é obrigado a carregar um rifle mesmo não estando fardado. Essa cena merece ser guardada:



+israeli girls with guns nesse forum

Enquanto isso, na Propaganda Mundial...


Strangest/Greatest Commerical Ever - Watch more free videos


that's weird all right

A melhor desculpa

nos últimos cinco seg.:

Drunk Sofa Joy Ride - Watch more free videos

Monday, July 23, 2007

Saturday, July 21, 2007

Ateísmo virou religião



Assistindo essa discussão americana no youtube sobre ateístas serem discriminados eu vejo como nossa civilização está em um processo de enlouquecimento.

O que pregam os ateístas: Is all there is. Que não existe vida após a morte, e enquanto você não aceitar isso, você não terá uma vida completa, liberta de culpas e amarras com um ser que não existe: Deus. Desculpa dizer, mas isso é fé.

Aqui é um agnóstico falando. Acredito vendo. E o agnóstico calcula: 99% do planeta acredita em alguma forma de Deus, e ele pensa: deve haver algum motivo.

Os Ateístas falam que é porque somos, hmmm, primitivos. Que o monoteísmo foi só o mecanismo político que formou todas as civilizações conhecidas. E é verdade.

Vou repetir um diálogo já postado aqui:

AUGUSTUS: Herod, que tal uma pequena aposta? Aposto 20 moedas de ouro naquele gordo.
HEROD: Cézar, isto seria contra a minha religião apostar sobre a vida de um homem.
AUGUSTUS: Sério? Na verdade achava que seria contra a sua religião apostar em qualquer coisa.
HEROD: Cézar, é verdade: judeus amam apostar. Mas nosso medo de Deus é maior.
AUGUSTUS: Qual deles?
HEROD: Nós só temos um, Cézar.
AUGUSTUS: Eu nunca entendi isso, é tão insuficiente para a população. Porque vocês não pegam alguns de nossos deuses? Muitos fazem.
HEROD: Acredite Cézar, já é dificil o suficiente conviver com este que já temos.

O agnóstico tem em comum com o ateu essa perspectiva do cosmos e da evolução; de que somos uma chama, uma reação química, um bicho. Óbvio que evolução existe, não precisamos ser ateus para acreditar na ciência. Mas um agnóstico jamais chutaria uma macumba.

A questão espiritual que o agnóstico levanta é: o que faz a evolução existir, porque vida faz questão de surgir? Se tudo é tão cercado de vida querendo florescer como a ciência prova, que dando condições ela surge eventualmente, que se chega à conclusão que toda matéria do universo é vida em estado potencial esperando ser chocada por uma estrela. (e ainda aquele papo de que há um bilhão de estrelas nessa galáxia e há um bilhão de galáxias...).

Tipo, tem algo errado na religião dos ateus em acreditar que tudo é uma questão de chance. Vida é inevitável, e é ao mesmo tempo uma impossibilidade matemática (tente calcular a possibilidade de você existir... é astronomicamente igual a zero)

Essa é a grande questão que os ateístas passam por cima: existe uma vontade do universo em existir; uma vontade que surge da matéria morta. Como não acreditar que há algo por trás da matéria morta? É uma força que vem desde sempre e sempre haverá. Se você me pergunta o que havia antes do big bang, antes do tempo existir, para mim a resposta é óbvia: o infinito. E com infinitas possibilidades, eu garanto que nos veremos novamente.

Mas é o meu chute, sou agnóstico, pode ser que sejamos todos um sonho de uma senhora dormindo em frente à tv. Pode ser que tudo seja uma emulação de um computador quântico de outra dimensão. Ou que Xenu realmente existiu e somos cercados por fantasmas de alienígenas explodidos em vulcões nucleares; ou que existam anjinhos assexuados tocando arpas para o deus menino, ou deus menina. O agnóstico é aberto para tudo, deveria ser uma religião.

Primeiro Mundo


The Majority of French People Are Dumb - Watch more free videos

Friday, July 20, 2007

www.simpsonizeme.com

Os Estados Unidos têm uma redenção, e se chama Simpsons. A sacada de transformar 7-11s em Kwik-E-Marts é genial; agora eles extrapolaram. Você envia uma foto sua de frente em resolução alta pro site, o soft te monta seu personagem. Todos vão querer virar um simpson agora. Esses caras sabem dominar o mundo. Olha eu:





Monday, July 16, 2007

RESULT!


KLEMENT - RESULT

Saturday, July 14, 2007

Cento e Treze


113:

Trigésimo número primo
CXIII
bin: 1110001
hex: 71



Descobri que 113 quilos é o peso da câmera imax 3d; hoje também descobri que 113 é uma piada interna que aparece em todos os longas da Pixar. Que THX-1138 tem 113 no meio; e também que 2001 tem 113 minutos de cenas sem diálogo. E que o monstro absorvedor de sal de Star Trek se chama M-113:


M-113 em sua forma não sedutora

estava certo sobre EWS:

o original está aqui

"Stanley (Kubrick) me ligou duas semanas antes de morrer" Ermey conta. "Nós tivemos uma longa conversa sobre De Olhos Bem Fechados. Ele me disse que o filme era uma merda e estava enojado com aquilo e que os críticos iriam comê-lo vivo. Ele disse que Cruise e Kidman montaram sobre ele, foram essas as palavras que ele usou."