Wednesday, November 30, 2005

Talking about dreams is like talking about movies, since the cinema uses the language of dreams; years can pass in a second and you can hop from one place to another. It’s a language made of image. And in the real cinema, every object and every light means something, as in a dream.

fellini

Woody Allen:

I will not eat oysters. I want my food dead -- not sick, not wounded -- dead.

What if nothing exists and we're all in somebody's dream? Or what's worse, what if only that fat guy in the third row exists?

I can't express anger. That's my problem. I just grow a tumor instead.

How can I believe in God when just last week I got my tongue caught in the roller of an electric typewriter?

I can't listen to that much Wagner. I start getting the urge to conquer Poland.

I took a speed reading course and read War and Peace in twenty minutes. It involves Russia.

It seemed the world was divided into good and bad people. The good ones slept better ... while the bad ones seemed to enjoy the waking hours much more.

My one regret in life is that I am not someone else.

Sex without love is an empty experience. But as far as empty experiences go, it's one of the best.

More than any other time in history, mankind faces a crossroads. One path leads to despair and utter hopelessness. The other, to total extinction. Let us pray we have the wisdom to choose correctly.

To you I'm an atheist; to God, I'm the Loyal Opposition.

You can live to be a hundred if you give up all the things that make you want to live to be a hundred.

Tuesday, November 22, 2005

The New Silent Generation

Seminal. Minha geração não sabe o que significa, não a palavra, mas o teor dela. Talvez o suicídio de Kurt tenha sido algo próximo, se alguém além dos fãs tivesse prestado atenção.

A minha geração não transcende, não arrisca, não tem paixões, ela é pragmática, acredita em dogmas, e pior, os dogmas de hoje não são nada além de flavors of the month; é uma geração pendular entre o niilismo e o espiritual que nunca se define para agir.

Essa geração não precisou de uma guerra para se tornar silent, digo isso porque é só olhar para as celebridades dela. O simples fato de ser a celebridade já é o suficiente, ser capa de revista é o suficiente, ser alguém é suficiente. Não existe a semente que quebra paradigmas, não existe a voz, não existe a pessoa que precisa ser odiada por todos que não sejam desta geração.

Isso é tão verdade que olhe o fashion, o fashion de hoje não tem identidade, o fashion atualmente remete àqueles relógios da década de 80 que você podia trocar a pulseira do relógio de acordo como você acordou, ‘hoje vou na balada com aquela camisa década de 70’, ‘hoje vou total 80’s brega’, ‘festa moderninha, hmm, vou vestida pra rave’.

A única conquista de nossos tempos remete aos gays, Mysterious Skin ou House at the End of the World, são filmes que carregam uma bandeira nunca antes tão definitiva sobre os gays. Mas sinceramente, o buraco é mais embaixo. Essa bandeira reflete justamente o fator mais melancólico nosso, uma esquizofrenia entre o prazer sem limite e sermos adultos.

Somos filhos de yuppies e de hippies, nossos cérebros agem nos dois sentidos, ao ponto de que o prazer tem que ser algo pragmático, que atinja resultados. Nós não temos mais quaisquer limites e por isso estamos presos porque não temos para onde ir. Quando curtimos o bucólico sentimos culpa pelo bucólico não ter propósito, quando trabalhamos sentimos algum propósito, mas temos culpa por abdicar do carpe diem.

Você pode dizer que isso aconteceu com todas as gerações, e de fato aconteceu, isso se você ver pela média, mas pelos highlights o lance é outro. Tenho saudades do Silver Screen, você pode notar um filme Silver Screen pela fotografia, o filme geralmente é contrastado, a luz é irreal, saturada de cores primárias, normalmente com backlights e preenchimento apenas, não havia tanto o interesse de que fosse um frame da realidade, mas um frame de um conto, o plano como um parágrafo que liga a história. O Silver Screen morreu com Indiana Jones. Nós, dos tempos do DVD, a fotografia Silver Screen parece goofy, exagerada para os nossos meticulosos gostos atuais.

Estou falando disso porque de certa maneira essa evolução parece higiênica demais (higiênico é uma palavra meio nazista); o brega atual é higiênico, um total contra-senso, vide Robbie Williams ou Coldplay, mesmo no brega o visceral foi abolido. A verdade foi abolida porque seria histérica, e histérico é coisa fora de moda.

Agora há de se enfrentar esse lado da moeda, esse novo regime em que todos são winners: 1) Tenha uma casa bem decorada; 2) Seja humilde e tenha orgulho de ser humilde; 3) Tenha uma meta definida para o resto de sua vida; 4) Não fume; 5) Não se prenda a coisas do passado; 6) Mostre uma vida sexual plena; 7) Fique acima de seus vícios; 8) Mostre serenidade e amadurecimento; 9) Seja afável, divertido e entretenha as pessoas custe o que custar, mesmo que as odeie; 10) Nunca mostre que está confuso sobre o que quer ou sobre o que você é.

No futuro não sei se isso rola, mas é o flavor of the month.

Thursday, November 17, 2005

Lembro que quando vi o trailer de Oliver, não o do Polansky, mas o da Disney, pensei quem quer ver isto? O trailer era praticamente o começo do filme (acho que tinha o Léo Jaime cantando na dublagem), onde tinha vários filhotes fofinhos de gatinhos de olhinhos cintilantes dentro de uma caixa de papelão, onde apareciam pessoas e escolhiam um gatinho, onde aparecia o vendedor lucrando com cada um vendido. Até que só sobra Oliver, o gatinho (plano subjetivo), anoitece, o vendedor abandona ele na caixa mesmo e começa a chover, a caixa começa a encher d´água, Oliver vai morrer sozinho. Isso aí era o trailer. Fala sério, quem quer ver isso? Tipo, devia ser o trailer antes de um filme perdulário como Arthur 2 - On the Rocks, coisa típica que acabava vendo quando cabulava no ginásio, e a primeira coisa da sessão é a coisa mais deprimente possível

O filme foi um fiasco. Também, com um trailer desses... foi logo depois desse Oliver que surgiu aquela reengenharia nas produções Disney, pra parar com essas coisas de filmar Tron, daí que nasceu a Pequena Sereia para chegar no auge que A Bela e a Fera foi ($$$$$). E foi nesse processo que a Disney tentou eliminar a idéia da morte nos desenhos. Uma fixação bizarra do Walt.

Pegue qualquer desenho dele para o cinema (tire Salutos Amigos), pegue um extremamente pessoal: Fantasia. Começa com uma dança de florzinhas, daí vem um épico mórbido-sanguinário sobre dinossauros trilhando para a morte, para terminar com um pesadelo sobre o inferno (...e o céu depois). Pegue Bambi, pegue até a Branca de Neve. Foi no meio disso que a Hanna Barbera trouxe a reforma, a idéia da não-morte levada às últimas conseqüências, o Coyote.

O Disney tentou uma contra-reforma com longas menos pesados, mas morreu antes. Seus seguidores levaram em frente a contra-reforma, coisa que nunca conseguiram resolver, nem mesmo Katzenberg nos anos 80. E então, out of the blue, Steve Jobs aparece com a Pixar. Finalmente a Disney pôde esquecer a morte por um tempo. Toy Story conseguiu gerar a emoção sem o apelar [apelo: ver comercial da Ikea, Spike Jonze, “Lamp”].

Wednesday, November 16, 2005

os 90% dos Jornalistas de 'opinião'

"Novo disco de Madonna é compilação de quase-plágios com tintas de auto-ajuda" (capa do UOL)

não escutei o disco, nem sabia que tinha sido lançado, mas ouvi o single e achei espiritualmete, ideologicamente um hit que a nossa geração acanhada não sabe fazer. E esses caga-regras... crítico sempre se põe no mesmo nível daquele que critica, seja a Madonna, ou Palocci, existe generalizadamente nos jornalistas essa falta de humildade, essa mania de esconder o benefício da dúvida porque contradiziria as manchetes que gostam de publicar.

O critério, se existe, é o quanto o 'nome' chama a atenção, preferivelmente, acompanhado de um adjetivo, preferivelmente, negativo. Soma-se a isso o ego de um crítico, que nada faz além de criticar (fora uma guitarra no amp velho do porão, talvez?), nada há de mais importante em sua vida, ele quer a manchete lá em cima, em negrito, fonte 22, com uma verdade tão ou mais absoluta que aquilo que critica.

E isso é brasileiro. Assim como corrupção existe em todo lugar mas acima de tudo no Brasil, os jornalistas da escola Maynard são meramente destrutivos e como diz o próprio, irrelevantes. Mas são 90% das manchetes da Folha, Veja, Istoé, é dificil escapar de tanta irrelevância junta.

Um lance que acho problemático, muito, é a questão de.. como posso dizer... olha, quando alguém se acha feio, ele ficará cada dia mais feio, e o contrário para quem se acha bonito. Na hora que se gera tanta negatividade, ela permeia a tudo, como uma infiltração nas paredes que construímos, que se tornam tão podres que passamos a odiá-las e ajudamos a derrubá-las com a unha.